Publicado por: Guilherme Nagô | julho 29, 2010

Kamau: Poesia de Concreto

Você é livre?
Você vive, ou só sobrevive?

De cada calçada de concreto da cidade
cada viga que se ergue
cada vida que se segue
cada cidadão persegue a sua cóta lutando pra se manter
marcando a mesma rota lutando pra nunca se perder
pra não perder não ver a cara da derrota
estampada na lorota
que faz ponto a cada esquina encostado em algum poste
pronta pra te desviar da sorte
talvez um corte brusco na sua sina
existem uns que seguem na rotina e não enxergam ao redor
reclama e não se posta pra tornar melhor
acha melhor sobreviver só mantendo distância
de cada sonho que crescia na infância
e cada esperança de criança se mistura ao ar impuro
inspirado e espirado,
por cada cidadão comum que deixa escorrer a liberdade
na sargeta da calçada de concreto da cidade

Dedicada, a cada, poeta da cidade, dedicada, a cada, atleta da cidade, dedicada a cada ser humano da cidade que cultiva a liberdade no concreto da cidade

Entre as paredes de concreto da cidade, se esconde o mundo
de quem faz qualquer negócio só pra não ser taxado de vagabundo
sonhos de adultos se decipam por segundo a cada insulto do patrão
é o culto do faz de conta que eu sou feliz assim
salário no fim do mês é o que conta paga as contas e faz bem pra mim
não é o caso em que eu me encaixo
sonho alto de mais pra viver por baixo igual capacho
e acho que existem outros por aí
que olham pras paredes só pensando em demolir
pra ser livre, mas na real nem sabe como
perdeu toda noção acustumado a viver com dono
não condeno, mas não concordo e não me adapto
fora das paredes mais inspiração eu capto
me sinto apto pra cantar a liberdade
que se esconde entre as paredes de concreto da cidade

Dedicada, a cada, poeta da cidade, dedicada, a cada, atleta da cidade, dedicada a cada ser humano da cidade que cultiva a liberdade no concreto da cidade

Algum teto de concreto da cidade, abriga o restante
da liberdade semelhante a que escorreu pela sargeta da calçada
se escondeu entre as paredes ou partiu pra outra
morreu de fome de frio de sede
pois sem abrigo não há, pra onde voltar
pra poder descansar e pensar
na estratégia pra continuar lutando pra manter a liberdade que se tem
as adversidades não se sabe
de onde elas vem que cara elas tem
pelas mãos de quem vem com ordem de quem
alguém me diz
porque eu não posso ser feliz completamente
sem que alguém ou algo tente, tumultuar minha mente
mas eu sigo em frente sempre,
vou nadando mesmo que seja contra a corrente
pra que eu possa construir meu verso meu abrigo, meu teto
pra fazer minha versão da poesia de concreto

Dedicada, a cada, poeta da cidade, dedicada, a cada, atleta da cidade, dedicada a cada ser humano da cidade que cultiva a liberdade no concreto da cidade

Por Kamau – Album: Independe

Publicado por: Guilherme Nagô | julho 29, 2010

MV Bill: Só Deus Pode me Julgar

Vai ser preciso muito mais pra me fazer recuar
Minha auto-estima não é fácil de abaixar
Olhos abertos fixados no céu
Perguntando a Deus qual será o meu papel
Fechar a boca e não expor meus pensamentos
Com receio que eles possam causar constrangimentos
Será que é isso? Não cumprir compromisso
Abaixar a cabeça e se manter omisso
A hipocrisia, a demagogia
Se entregue a orgia, sem ideologia
A maioria fala do amor no singular
Se eu falo de amor é de uma forma impopular
Quem não tem amor pelo povo brasileiro
Não me representa aqui nem no estrangeiro
Uma das piores distribuições de renda
Antes de morrer, talvez você entenda
Confesso para ti que é difícil de entender
No país do carnaval o povo nem tem o que comer
Ser artista, popstar, pra mim é pouco
Não sou nada disso, sou apenas mais um louco
Clamando por justiça e igualdade racial
Preto, pobre, é parecido mas não é igual
É natural o que fazem no senado
Quem engana o povo simplesmente renuncia o cargo
Não é caçado, abre mão do seu mandato
Nas próximas eleições bota a cara como candidato
Povo sem memória, caso esquecido
Não foi assim comigo, fiquei como bandido
Se quiser reclamar de mim, que reclame
Mas fale das novelas e dos filmes do Van Damme
Que teve no Brasil, no programa do Gugu
Rebolou, vacilou, agaixou e mostrou o…
Volta pra América e avisa pra Madonna
Que aqui não tem censura, meu país é uma zona
Não tem dono, não tem dona, o nosso povo tá em coma
Erga a sua cabeça que a verdade vem a tona

É, Mantenho minha cabeça em pé
Fale o que quiser pode vir que já é
Junto com a ralé
Sem dar marcha-ré
Só Deus Pode Me Julgar
Por isso eu vo na fé

Soldado da guerra a favor da justiça
Igualdade por aqui é coisa fictícia
Você ri da minha roupa, ri do meu cabelo
Mas tenta me imitar se olhando no espelho
Preconceito sem conceito que apodrece a nação
Filhos do descaso mesmo após abolição
Mais de 500 anos de anos de angustia e sofrimentos
Me acorrentaram, mas não meus pensamentos
Me fale quem? (quem), Tem o poder? (quem)
Pra condenar? (quem), Pra censurar? (alguém)
Então me diga o que causa mais estrago
100 gramas de maconha ou 1 maço de cigarro
O povo rebelado oculiza na favela
A música do Bill ou a próxima novela
Na tela a seqüela, no poder corrupção
Entramos pela porta de serviço, nossa grana não
Tá Bom, só pra quem manda bater
Pisando nos humildes e fazendo nosso ódio crescer
CV, MST, CUT, UNI, CUFA, PCC
O mundo se organiza cada um da sua maneira
Continuam ironizando vendo como brincadeira (besteira)
Coisa de moleque revoltado
Ninguém mais quer ser boneco, ninguém quer ser controlado
Vigiado, programado, calado, ameaçado
Se for filho de bacana, o caso é abafado
A gente é que é caçado, tratados como réu
As armas que eu uso é microfone, caneta e papel
A socialite assisti a tudo calada
Salve, salve, salve, Ó Pátria Amada, Mãe Gentil
Poderosos do Brasil
Que distribuem para as crianças, cocaína e fuzil
Me calar, me censurar porque não pude falar nada
É como se fosse o Rabo sujo, falando da Bunda mal lavada
Sem investimento, no esquecimento
Explode o pensamento, mais um homem violento
Que pega no canhão e age inconseqüente
Ou pega o microfone com discurso incontundente
(Que te assusta) Uma atitude brusca
Dignificando e vivendo por uma vida justa
Fui transformado no bandido do milênio
O sensacionalismo por aqui merece um prêmio
Eu tava armado mas não sou da sua laia
Quem é mais bandido? Beira-Mar ou o Sérgio Naya
Quem será que irá responder
Governador, Senador, Prefeito, Ministro ou você
Que é caçado, e sempre paga o pato
Erga sua cabeça para não ser decepado

Refrão-2X

Como pode ser tragédia, a morte de um artista
E a morte de milhões, apenas uma estatística
Fato realista de dentro do Brasil
Você que chorava lá no gueto, ninguém te viu
Sem fantasiar, realidade dói
Segregação e menosprezo é o que destrói
A maioria esquecida no barraco
Que ainda é algemado, extorquido e assassinado
Não é moda, quem pensa incomoda
Não morre pela droga, não vira massa de manobra
Não me idolatro a Mauricinho da TV
Não deixa se envolver porque tem proceder
Pra que? Por quê? Só tem paquita loira
Aqui não tem preta como apresentadora
Novela de escravo, a emissora gosta
Mostra os pretos chibatados pelas costas
Faz confusão na cabeça de um moleque
que não gosta de escola e admira uma Intratec
Click-Cleck, mão na cabeça
Quando for roubar dinheiro público vê se não se esqueça
Que na sua conta tem a honra de um homem
Envergonhado ao ter que ver sua família passando fome
Ordem, progresso e perdão
Na terra onde quem rouba muito não tem punição

Refrão 4x

Por MV Bil – Album: Declaração de Guerra (2002)

Publicado por: Guilherme Nagô | julho 29, 2010

Gabriel, O Pensador: Até Quando?

Não adianta olhar pro céu, com muita fé e pouca luta
Levanta aí que você tem muito protesto pra fazer e muita greve, você pode, você deve, pode crer
Não adianta olhar pro chão, virar a cara pra não ver
Se liga aí que te botaram numa cruz e só porque Jesus sofreu não quer dizer que você tenha que sofrer
Até quando você vai ficar usando rédea?
Rindo da própria tragédia?
Até quando você vai ficar usando rédea? (Pobre, rico, ou classe média).
Até quando você vai levar cascudo mudo?
Muda, muda essa postura
Até quando você vai ficando mudo?
Muda que o medo é um modo de fazer censura.

Até quando você vai levando?
(Porrada! Porrada!)
Até quando vai ficar sem fazer nada?
Até quando você vai levando?
(Porrada! Porrada!)
Até quando vai ser saco de pancada?

Você tenta ser feliz, não vê que é deprimente, seu filho sem escola, seu velho tá sem dente
Cê tenta ser contente e não vê que é revoltante, você tá sem emprego e a sua filha tá gestante
Você se faz de surdo, não vê que é absurdo, você que é inocente foi preso em flagrante!
É tudo flagrante! É tudo flagrante!

Refrão

A polícia matou o estudante, falou que era bandido, chamou de traficante.
A justiça prendeu o pé-rapado, soltou o deputado… e absolveu os PMs de vigário!

Refrão

A polícia só existe pra manter você na lei, lei do silêncio, lei do mais fraco: ou aceita ser um saco de pancada ou vai pro saco.
A programação existe pra manter você na frente, na frente da TV, que é pra te entreter, que é pra você não ver que o programado é você.
Acordo, não tenho trabalho, procuro trabalho, quero trabalhar.
O cara me pede o diploma, não tenho diploma, não pude estudar.
E querem que eu seja educado, que eu ande arrumado, que eu saiba falar
Aquilo que o mundo me pede não é o que o mundo me dá.
Consigo um emprego, começa o emprego, me mato de tanto ralar.
Acordo bem cedo, não tenho sossego nem tempo pra raciocinar.
Não peço arrego, mas onde que eu chego se eu fico no mesmo lugar?
Brinquedo que o filho me pede, não tenho dinheiro pra dar.
Escola, esmola!
Favela, cadeia!
Sem terra, enterra!
Sem renda, se renda!
Não! Não!!

Refrão

Muda, que quando a gente muda o mundo muda com a gente.
A gente muda o mundo na mudança da mente.
E quando a mente muda a gente anda pra frente.
E quando a gente manda ninguém manda na gente.
Na mudança de atitude não há mal que não se mude nem doença sem cura.
Na mudança de postura a gente fica mais seguro, na mudança do presente a gente molda o futuro!
Até quando você vai ficar levando porrada, até quando vai ficar sem fazer nada?
Até quando você vai ficar de saco de pancada?
Até quando você vai levando?

Por Gabriel O Pensador – Album: Seja Você Mesmo. Mas Não Seja Sempre o Mesmo (2005)
Publicado por: Guilherme Nagô | julho 29, 2010

O Discurso de Martin Luther King (28/08/1963)

Martin Luther King (1929-1968), pastor norte-americano, Prêmio Nobel, um dos principais líderes do movimento americano pelos direitos civis e defensor da resistência não violenta contra a opressão racial. Em abril de 1968 foi assassinado em Memphis, Tenessee, por um branco que havia escapado da prisão. Em 1986, o terceiro domingo de cada mês foi escolhido como a data para a comemoração dos direitos civis dos negros.

“Eu estou contente em unir-me com vocês no dia que entrará para a história como a maior demonstração pela liberdade na história de nossa nação. Cem anos atrás, um grande americano, na qual estamos sob sua simbólica sombra, assinou a Proclamação de Emancipação. Esse importante decreto veio como um grande farol de esperança para milhões de escravos negros que tinham murchados nas chamas da injustiça. Ele veio como uma alvorada para terminar a longa noite de seus cativeiros. Mas cem anos depois, o Negro ainda não é livre. Cem anos depois, a vida do Negro ainda é tristemente inválida pelas algemas da segregação e as cadeias de discriminação. Cem anos depois, o Negro vive em uma ilha só de pobreza no meio de um vasto oceano de prosperidade material. Cem anos depois, o Negro ainda adoece nos cantos da sociedade americana e se encontram exilados em sua própria terra. Assim, nós viemos aqui hoje para dramatizar sua vergonhosa condição. De certo modo, nós viemos à capital de nossa nação para trocar um cheque. Quando os arquitetos de nossa república escreveram as magníficas palavras da Constituição e a Declaração da Independência, eles estavam assinando uma nota promissória para a qual todo americano seria seu herdeiro. Esta nota era uma promessa que todos os homens, sim, os homens negros, como também os homens brancos, teriam garantidos os direitos inalienáveis de vida, liberdade e a busca da felicidade. Hoje é óbvio que aquela América não apresentou esta nota promissória. Em vez de honrar esta obrigação sagrada, a América deu para o povo negro um cheque sem fundo, um cheque que voltou marcado com “fundos insuficientes”. Mas nós nos recusamos a acreditar que o banco da justiça é falível. Nós nos recusamos a acreditar que há capitais insuficientes de oportunidade nesta nação. Assim nós viemos trocar este cheque, um cheque que nos dará o direito de reclamar as riquezas de liberdade e a segurança da justiça. Nós também viemos para recordar à América dessa cruel urgência. Este não é o momento para descansar no luxo refrescante ou tomar o remédio tranqüilizante do gradualismo. Agora é o tempo para transformar em realidade as promessas de democracia. Agora é o tempo para subir do vale das trevas da segregação ao caminho iluminado pelo sol da justiça racial. Agora é o tempo para erguer nossa nação das areias movediças da injustiça racial para a pedra sólida da fraternidade. Agora é o tempo para fazer da justiça uma realidade para todos os filhos de Deus. Seria fatal para a nação negligenciar a urgência desse momento. Este verão sufocante do legítimo descontentamento dos Negros não passará até termos um renovador outono de liberdade e igualdade. Este ano de 1963 não é um fim, mas um começo. Esses que esperam que o Negro agora estará contente, terão um violento despertar se a nação votar aos negócios de sempre. Mas há algo que eu tenho que dizer ao meu povo que se dirige ao portal que conduz ao palácio da justiça. No processo de conquistar nosso legítimo direito, nós não devemos ser culpados de ações de injustiças. Não vamos satisfazer nossa sede de liberdade bebendo da xícara da amargura e do ódio. Nós sempre temos que conduzir nossa luta num alto nível de dignidade e disciplina. Nós não devemos permitir que nosso criativo protesto se degenere em violência física. Novamente e novamente nós temos que subir às majestosas alturas da reunião da força física com a força de alma. Nossa nova e maravilhosa combatividade mostrou à comunidade negra que não devemos ter uma desconfiança para com todas as pessoas brancas, para muitos de nossos irmãos brancos, como comprovamos pela presença deles aqui hoje, vieram entender que o destino deles é amarrado ao nosso destino. Eles vieram perceber que a liberdade deles é ligada indissoluvelmente a nossa liberdade. Nós não podemos caminhar só. E como nós caminhamos, nós temos que fazer a promessa que nós sempre marcharemos à frente. Nós não podemos retroceder. Há esses que estão perguntando para os devotos dos direitos civis, “Quando vocês estarão satisfeitos?” Nós nunca estaremos satisfeitos enquanto o Negro for vítima dos horrores indizíveis da brutalidade policial. Nós nunca estaremos satisfeitos enquanto nossos corpos, pesados com a fadiga da viagem, não poderem ter hospedagem nos motéis das estradas e os hotéis das cidades. Nós não estaremos satisfeitos enquanto um Negro não puder votar no Mississipi e um Negro em Nova Iorque acreditar que ele não tem motivo para votar. Não, não, nós não estamos satisfeitos e nós não estaremos satisfeitos até que a justiça e a retidão rolem abaixo como águas de uma poderosa correnteza. Eu não esqueci que alguns de você vieram até aqui após grandes testes e sofrimentos. Alguns de você vieram recentemente de celas estreitas das prisões. Alguns de vocês vieram de áreas onde sua busca pela liberdade lhe deixaram marcas pelas tempestades das perseguições e pelos ventos de brutalidade policial. Você são o veteranos do sofrimento. Continuem trabalhando com a fé que sofrimento imerecido é redentor. Voltem para o Mississippi, voltem para o Alabama, voltem para a Carolina do Sul, voltem para a Geórgia, voltem para Louisiana, voltem para as ruas sujas e guetos de nossas cidades do norte, sabendo que de alguma maneira esta situação pode e será mudada. Não se deixe caiar no vale de desespero. Eu digo a você hoje, meus amigos, que embora nós enfrentemos as dificuldades de hoje e amanhã. Eu ainda tenho um sonho. É um sonho profundamente enraizado no sonho americano. Eu tenho um sonho que um dia esta nação se levantará e viverá o verdadeiro significado de sua crença – nós celebraremos estas verdades e elas serão claras para todos, que os homens são criados iguais. Eu tenho um sonho que um dia nas colinas vermelhas da Geórgia os filhos dos descendentes de escravos e os filhos dos desdentes dos donos de escravos poderão se sentar junto à mesa da fraternidade. Eu tenho um sonho que um dia, até mesmo no estado de Mississippi, um estado que transpira com o calor da injustiça, que transpira com o calor de opressão, será transformado em um oásis de liberdade e justiça. Eu tenho um sonho que minhas quatro pequenas crianças vão um dia viver em uma nação onde elas não serão julgadas pela cor da pele, mas pelo conteúdo de seu caráter. Eu tenho um sonho hoje! Eu tenho um sonho que um dia, no Alabama, com seus racistas malignos, com seu governador que tem os lábios gotejando palavras de intervenção e negação; nesse justo dia no Alabama meninos negros e meninas negras poderão unir as mãos com meninos brancos e meninas brancas como irmãs e irmãos. Eu tenho um sonho hoje! Eu tenho um sonho que um dia todo vale será exaltado, e todas as colinas e montanhas virão abaixo, os lugares ásperos serão aplainados e os lugares tortuosos serão endireitados e a glória do Senhor será revelada e toda a carne estará junta. Esta é nossa esperança. Esta é a fé com que regressarei para o Sul. Com esta fé nós poderemos cortar da montanha do desespero uma pedra de esperança. Com esta fé nós poderemos transformar as discórdias estridentes de nossa nação em uma bela sinfonia de fraternidade. Com esta fé nós poderemos trabalhar juntos, rezar juntos, lutar juntos, para ir encarcerar juntos, defender liberdade juntos, e quem sabe nós seremos um dia livre. Este será o dia, este será o dia quando todas as crianças de Deus poderão cantar com um novo significado. “Meu país, doce terra de liberdade, eu te canto. Terra onde meus pais morreram, terra do orgulho dos peregrinos, De qualquer lado da montanha, ouço o sino da liberdade!” E se a América é uma grande nação, isto tem que se tornar verdadeiro. E assim ouvirei o sino da liberdade no extraordinário topo da montanha de New Hampshire. Ouvirei o sino da liberdade nas poderosas montanhas poderosas de Nova York. Ouvirei o sino da liberdade nos engrandecidos Alleghenies da Pennsylvania. Ouvirei o sino da liberdade nas montanhas cobertas de neve Rockies do Colorado. Ouvirei o sino da liberdade nas ladeiras curvas da Califórnia. Mas não é só isso. Ouvirei o sino da liberdade na Montanha de Pedra da Geórgia. Ouvirei o sino da liberdade na Montanha de Vigilância do Tennessee. Ouvirei o sino da liberdade em todas as colinas do Mississipi. Em todas as montanhas, ouviu o sino da liberdade. E quando isto acontecer, quando nós permitimos o sino da liberdade soar, quando nós deixarmos ele soar em toda moradia e todo vilarejo, em todo estado e em toda cidade, nós poderemos acelerar aquele dia quando todas as crianças de Deus, homens pretos e homens brancos, judeus e gentios, protestantes e católicos, poderão unir mãos e cantar nas palavras do velho spiritual negro: “Livre afinal, livre afinal. Agradeço ao Deus todo-poderoso, nós somos livres afinal.”

Publicado por: Guilherme Nagô | julho 29, 2010

Primeiro Cruzeiro Gospel? Na boa, quanto custa para ir no Titanic mesmo?

Incrível pensar que há um pouco mais de 1 mês desde o grande terremoto do Haiti com cerca de 200.000 mil mortos, no qual milhões de desabrigados e famintos ainda morrem se não pelos ferimentos, pela situação caótica e miserável. Que tenha que relatar este episódio RIDÍCULO, promovido pelo nosso “querido” falso profeta Edir Macedo: O fantástico, o maravilhoso, o impagável, o imperdíveeeel…

PRIMEIRO CRUZEIRO GOSPEL


É… eu sei, também fiz essa cara de quem comeu jiló com pimenta malagueta quando vi o comercial na TV.

Na boa… eu cansei! Isso é uma VERGONHA, ou melhor, é PIADA, sinceramente já virou PALHAÇADA, o próximo passo é distribuir nariz de palhaço e algodão doce para todos os ditos “cristãos”. Se já estava perdida a causa, agora é que o barco afundou de vez… É sério, estou indignado… Ficou chato!

A questão é:

Onde está João Batista? Aquele que pregava no deserto e comia gafanhotos com mel. E Paulo, que atravessou todo antigo mundo conhecido para pregar o evangelho da salvação pela fé. E Martino Lutero que enfrentou a fúria papal para que o povo tivesse acesso à verdadeira palavra de Deus. ONDE ESTÃO OS VERDADEIROS PROFETAS?

Era para esses anticristos estarem a promover campanhas para arrecadarem ofertas para a África, o Haiti, para os mortos e desabrigados nas enchentes de Janeiro. Mas não… claro que não… Vamos juntar todo nosso misero dinheiro, trocar no cambio internacional, ir para um lindo cruzeiro marítimo gospel nas encostas da baixada santista, e gastar em uma faixa de U$ 564 dólares a U$ 1388 para passar 3 maravilhosos dias a ouvir: Regis Danese (na boa, coitado do Zaqueu, ele é o que menos tem culpa nisso) Mara Maravilha, Soraya Moraes, Jamily, Robinsom Monteiro e o Tenor Marcio José.

Mas, não sei o que é pior, se o Macedo que usa o nome de Jesus como ferramenta de marketing pessoal para enriquecer e assim se promover, ou os cegos que não querem ver. Antes, eu “descia o pau”, nas lideranças capitalistas e corruptas do movimento neopentecostal, e defendia os fies dessas igrejas até o sangue, hoje, sinceramente, começo a pensar que são tudo “farinha do mesmo saco”. Basta pesquisar no Google sobre o assunto, e ler os comentários dos leitores… Meu Deus, os caras acreditam mesmo que Jesus tem alguma coisa a haver com isso! Não é brincadeira não! Eles defendem o Edir e falam sério, tem uns que ficam até bravos, te chamam de “crentes invejosos” e tal…

Li alguns desses comentários deixados em blogs que mencionaram esse ESCÂNDALO, e realmente é LAMENTÁVEL

Ai! Pessoal que escreve texto de teor apologético! Na boa turma… esquece esse lance de “vamos acabar com os falsos profetas”. Perdemos a guerra! O povão idolatra os caras… “deu PT”… e ainda tem gente que até diz:

– “O Edir Macedo é que ta certo! Se os ricos pecadores podem gastar dinheiro em orgias, porquê  o “povo de deus” (com letras bem minúsculas, é claro), não pode também sair de viagem em um cruzeiro para desfrutar das bênçãos, afinal, a miséria é do diabo, e Deus quer ver seu povo prospero.”

Assim… eu não sei em que parte da bíblia ele leu isso, mas, concerteza deve ter sido em alguma dessas bíblias vendidas na Conde de Sarzeda, sabe, aquele lugar “de Deus”, em que um monte de “irmãozinho” em Cristo, fica a vender CD gospel pirata e que ainda tem a cara de pau de dizer: A paz du Senhor irmaum, num vai comprar nada naum, pra ajudar o ministério du irmaum!

Tenho que rir para não chorar, fala ai?

Para aqueles que estão acostumados em ler meus textos, devem ter percebido que o linguajar que utilizei neste post foi o mais pobre e coloquial possível. Isso é de propósito, ou vocês acham que iria gastar minha massa cefálica e o talento que Deus me deu, para escrever sobre esses mercenários da fé? Deixo a minha melhor escrita para quando for adorar a Deus ou quando estiver a desabafar com o Pai. Quanto a esses? Bom… deixa nas mãos de Deus, que é justo e misericordioso, por que se deixarem nas nossas…

Publicado por: Guilherme Nagô | julho 29, 2010

O Ópio

“O ópio (do grego ópion, “suco de papoila”, pelo latim opiu) é um suco espesso que se extrai dos frutos imaturos (cápsulas) de várias espécies de papoilas soníferas (gênero Papaver), e que é utilizada como narcótico. O uso do ópio mascado ou fumado, que se espalhou no Oriente, provoca euforia, seguida de um sono onírico; o uso repetido conduz ao hábito, à dependência química, e a seguir a uma decadência física e intelectual, uma vez que é efetivamente um veneno estupefaciente. A medicina o utiliza, assim como os alcalóides que ele contém (morfina e papaverina), como sonífero analgésico.”

FONTE: Wikipédia (http://pt.wikipedia.org/wiki/Ópio)

Religião: O Ópio da Humanidade

Caros, passou-se da hora das máscaras caírem por terra, humanamente todos os argumentos em pró das religiões tradicionais ou pós-modernas jazem em contradições e em infindáveis conflitos políticos. Sejamos nós, conscientes e sinceros. Quais das torres religiosas ou qual das vertentes espirituais que, neste momento, podemos categoricamente afirmar que estão a cumprir o seu papel social?

Quando olhamos para todos os antigos grandes lideres políticos/religiosos, vemos a face de homens e mulheres que em seu tempo fizeram juz ao tratado que assumiram e que, em tempo oportuno praticaram legitimamente a fé que tanto pregaram e defenderam em praças públicas. Mas hoje. O que vemos é o acumulo de riquezas e o esbanjar dos manjares oferecidos pelos pobres fiéis que, desprovidos de senso critico, individualmente contribuem para o descrédito e enriquecimento ilegal das instituições que se auto-intitulam “Casas de Oração”.

Talvez, esteja descrente demais para enxergar alguma virtude nesse lamaçal de larápios e de corrupção, o fato, é que minha psique não mais me permite sequer ostentar o mínimo de sentimento a favor desses “Circos de Balelas”.

Provável que percussores desse neoliberalismo protestante afirmem que, muitas organizações se mantêm assíduas em projetos sociais e de caráter caridoso, no entanto contradigo, com a versão real dos fatos que, na verdade, o dinheiro reservado a obras de caridade é infinitamente menor do distribuído para custos pessoais, salários de pastores, e para manutenção dos grandes templos que, mais parecem castelos medievais, devido à ostentação arquitetônica, do que lugares construídos para que, homens e mulheres pudessem estabelecer contato com outros indivíduos da mesma fé, e comunicar-se com o seu objeto de culto que, no caso, diverge de religião para religião. Quanto dinheiro é jogado fora, e que poderia ser usado para sanar a fome, a miséria e a desigualdade social que afeta os menos favorecidos.

O segredo das artimanhas está em manipular a boa vontade e a fé alheia, principalmente em situações da vida, nas quais, essas pessoas estão fracas e sem esperança, no calor do desespero. É nesse momento que essas sanguessugas das pregações de Cristo, vêm à tona, a prometer prosperidade e saúde. Ora, quem não deseja ser prospero? Casar-se com uma linda mulher, ter belos filhos, saúde e ainda como brinde… Paz. Diga-me, quem não quer? Confessem. Este não é um excelente chamado ao evangelho? Quer melhor plano de salvação do que este? Pois, é assim que milhões têm sido enganados, por ingenuamente se aproximam de Cristo na intenção de conquistarem coisas nesta vida, no qual, a religião é um entorpecente, uma droga lícita, que acalma e ameniza as dores cotidianas. Enquanto isso, na “sala de justiça”, os falsos super heróis da fé, zombam e escarnecem da ignorância de seus fiéis que, sem saber, promovem o sustento de máfias, quadrilhas, esquemas de lavagem de dinheiro, compra e revenda de móveis, carros, empresas…

É dada a religião o mérito de centenas de guerras e massacres durante toda a  história, milhões foram mortos, crianças, mulheres, idosos, a religião é implacável, não poupa suas vitimas. Por ela, famílias foram dizimadas, casamentos destruídos, pessoas ridicularizadas. Em nome de Deus, homens mataram, molestaram, estupraram, violentaram, roubaram… Em nome de Deus, se faz tanto o bem, quanto o mal. Em nome de Deus, vendem-se carnês da prosperidade, óleos santos de Israel, água do Rio Jordão, Bíblia comentada pelo pastor A, pelo bispo B, pelo apostolo C. Em nome de Deus, pessoas vendem propriedades, salários, eletrodomésticos, carros, e oferecem como troca de um favorzinho divino. Em nome de Deus, é feito até mesmo cruzeiros gospel…

E há quem diga que, estamos equivocados ao denunciarmos tais afrontas a inteligência Cristã. Usam do argumento de que jamais se pode falar contra um “ungido de Deus”, que ao fazer essas denuncias, estaremos pondo em risco à vida de milhares de pessoas que, mesmo enganadas, estão indo para o céu. Mas, que céu? Querem me dizer, que o fato de milhares estarem a seguir a homens cegamente é melhor do que, mostrarmos a eles a verdade, mesmo que por um tempo isso implique no esfriamento da fé. Eu mesmo, quando me deparei e assimilei estás coisas, me assustei, e por longa data me desviei do evangelho, até que entendi que, não é o evangelho ou o Cristo que se corrompeu, mas as lideranças das religiões que, venderam-se por míseros pratos de lentilhas. E sem me questionarem? Sim. Hoje, estou satisfeito comigo, pois não mais aceito qualquer “revelaçãozinha meia boca”, mas aprendi, assim como Paulo dizia, a examinar todas as palavras que saem do púlpito e a reter aquilo que for bom, o que for ruim? Jaz no mar do esquecimento…

O importante é dizer que, Deus, Jesus, não tem nada haver com essa patifaria que vemos, o próprio Cristo condenou quando ao entrar no templo de Jerusalém, deparou-se com mercadores dentro do lugar que deveria ser conhecido como “Casa de Oração”. E a reação Dele, não foi nenhum pouco amigável, Ele quebrou tudo, virou mesas, expulsou os mercadores. E ainda dizem que temos que ser complacentes com essa vergonha?

Imagine se Cristo vivesse nos dias de hoje…

Publicado por: Guilherme Nagô | julho 28, 2010

Sobre Lutero…

Como bem sabemos Lutero, literalmente rebelou-se contra a apostasia do papado, e sofreu retaliações por sua conduta, que na época foi condenada como heresia pela corte da igreja católica. A postura adotada por ele foi de total julgamento contra as obras da igreja.

Como também é de conhecimento de todos, Lutero jamais planejou a criação de uma nova ordem religiosa, os planos dele se resumiam em mudar a sua própria igreja (Católica), a primeira instância o projeto não era quebrar vínculos com a instituição, mas reformar todo o sistema idólatra do catolicismo. Ora, hoje, milhões de cristãos pelo mundo, aplaudem e agradecem a Lutero pela postura diante da reforma protestante, porém, quando o assunto é reformar o nosso sistema protestante atual que, de igual forma está desvirtuado, temos que nos deparar com argumentos como estes, que não podemos julgar.

Mas, se não fosse o julgamento que Lutero fez acerca de sua própria igreja, hoje, talvez não estivéssemos discutindo sobre esse tema. Alguém dirá: “Irmão, a questão de Lutero é outro contexto”. Não, não era, assim como nós, ele lutava contra as apostasias da sua própria religião, e a reforma apenas terminou com a fundação de outra ordem cristã, porque o papado, a igreja não aceitou as idéias revolucionárias de Lutero, a considerar, todas, alegações improcedentes. Afinal, de acordo com a igreja Lutero não poderia julgar a santíssima constituição e a fazer assim, estava a julgar a própria vontade de Deus. Parece-me que este contexto histórico em muito se adéqua a situação atual da igreja de Cristo na terra, e assim como o papado não aceitou as idéias e as criticas de Lutero, a alegar que eram heresias, julgamentos sem embasamento e subversão contra a vontade de Deus.

Hoje, as lideranças protestantes utilizam o mesmo discurso para defender a tese de que, o julgar, é de todo o modo errado. Acredito que a única coisa que foge do nosso direito de julgamento é a obra do Espírito Santo, está não deve jamais ser contestada. Quem Ele escolhe ou deixa de escolher é de total particularidade, se as pessoas que lideram os púlpitos protestantes (tradicionais, pentecostais ou neopentencostais) foram ou não escolhidas por Deus, isso não cabe a nós julgarmos. Agora, se a conduta delas condiz com aquilo que pregam… Ah! Isso sim é de total responsabilidade do corpo de Cristo. Pois, nem Paulo, nem Cristo, fugiram dessa responsabilidade quando viram que as más obras dos falsos profetas, estavam a frustrar as pessoas e as levarem a praticar uma religião de cegos. Ser cristão em tudo implica ter compromisso com a verdade.

“Amados, não creiais a todo o espírito, mas provai se os espíritos são de Deus, porque já muitos falsos profetas se têm levantado no mundo.” 1 JOÃO 4:1

Publicado por: Guilherme Nagô | julho 28, 2010

A Nata Intelectual da Sociedade

Classe intelectual da sociedade, a parcela privilegiada, a “nata do leite”. Engraçado, mas percebo que ando em contramão com esses conceitos estereotipados,  não concordo e simplesmente renego a idéia de que todo o universitário é parte integrante dessa evolução social ou como indivíduo. Afinal, o que presencio no meu cotidiano é o contrário, jovens que cursam faculdades e que agem como ignorantes desprovidos de intelecto, senso comum e educação. Burros…

Vez e outra as portas da faculdade se concentra aquele pessoal que distribuí flayers e panfletos de shows e eventos. Bom, em uma instituição acadêmica responsável por formar 50.ooo alunos para a vida profissional, surpreende-me a paisagem de sujeira e situação que fica as ruas pelas mediações da instituição. Simplesmente lotada de papéis, jogados em vias públicas, e isso não é o que me aterroriza, pois é comum, infelizmente é comum. O que assusta é que nesse caso os responsáveis pela imundícia são estudantes do ensino superior, agora, não me pergunte que espécie de superioridade é essa, pois não saberei explicar.

Pensem, se os nossos universitários que pela lógica, deveriam ser um exemplo de comportamento social e ambiental tem tido tais atitudes, imaginem aqueles que não tiveram tal oportunidade de conhecerem esse mundo de conhecimento e cultura.

Outro dia mesmo, ao retornar para minha residência depois de um árduo dia de trabalho e estudo, no ônibus, a minha direita, encontrava-se um jovem, de boné, aba encurvada, estilo playboy de periferia… Estava comendo um daqueles salgadinhos como, por exemplo, Elma Chips… Quando terminou de comer, ao invés de jogar a embalagem de alumínio no lixo que estava a sua frente, levantou-se, abriu a janela e jogou na rua, com o ônibus em movimento. Agora, digam-me, que gênero de animal irracional é esse que destrói o próprio habitat natural? Do que estamos a falar? É cultural? Social? Mera questão de que educação vem de berço?

Ainda meu professor me questiona quando discordo que somos a “Parte intelectual da sociedade”. Sem generalizar para não ser injusto, existem milhares que correspondem com a expectativa, mas milhões que com sua atitudes envergonham todo o corpo acadêmico do Brasil.

Minha opinião. Se agirmos como burros, seremos tratados como burros.

E tenho como dito.

Publicado por: Guilherme Nagô | julho 14, 2010

E que Venha 2014!

É meu povo! Faltam apenas 4 anos para voltarmos ser “feliz”, apenas 1460 dias para a fazermos a festa, enfeitarmos as ruas, pintarmos o acinzentado asfalto com as cores da bandeira, decretarmos “feriados” nacionais, comprarmos camisetas, bonés, vuvuzelas…

Faltam apenas 4 anos para todos nós, em um cântico, proclamarmos nossa ordem e progresso, decorarmos o hino nacional, e quando eles entrarem em campo, cantarmos como jamais cantaríamos se não fosse  a nossa seleção.

Apenas 1460 dias para o país do futebol escancarar os braços para receber o mundo. Seremos o destaque, imaginem! O Brasil estará na capa dos principais jornais, do New York Times ao jornal comunicativo do seu bairro.

Faltam 4 anos para darmos um jeito na miséria do nosso país, na desigualdade social, precisaremos de um plano estratégico e infalível, para sumirmos com todas as favelas e moradores de rua que habitam em nossos centros urbanos, agora é sério! Temos que resolver a questão do tráfico de drogas, armas, do trabalho escravo, do desemprego, da falta de moradia, do saneamento básico, da educação, do lixo, da violência, dos presídios, da prostituição… Afinal, não queremos que nenhum gringo visto com uma adolescente de 15 anos, em um motel de quinta, entorpecido por álcool e cocaína, perto de alguma periferia, em situação de risco. Não é mesmo?

Agora é a hora, vamos lá Brasil! Salve a seleção!

Faltam apenas  4 anos para voltarmos a ser brasileiros, para fingirmos amar este pais e fingir que ele nos ama, que somos filhos da ordem, mentir para nós mesmos a dizer que ele é nosso, que é de todos, enchermos os pulmões e  gritarmos:

“Euuuuu sou brasileiroooooo, com muito orgulhoooo, com muito amor, ooohhhh”

Publicado por: Guilherme Nagô | julho 14, 2010

Paisagens

Expressou a dor de muitos, a agonia de milhares e o silêncio de milhões!

Ah! Se o mundo se aquietasse por um instante que fosse, para contemplar tais verdades ditas, tais imagens, tais paisagens vistas todos os dias. Talvez o poeta não precisasse descrever o mundo, se o mundo soubesse ler suas próprias mensagens nas entrelinhas.

Se olhos pudessem enxergar e não somente ver. Se as mãos pudessem segurar, e não somente estender-se para doar. Se a caridade se tornasse amor e o amor por si só pudesse confortar.

Todos os dias elas parecem nos afrontar, são elas que nos mostra o quanto somos podres, mesquinhas, egoístas. Elas são cinza, preta, branca, sujas… São vivas, de carne, osso, mudas… Estão elas por toda a parte, elas comem, dormem, fogem, morrem por toda parte. Elas nos olham nos olhos, e nós desviamos os olhares. Elas pedem ajuda, socorro, esmola, abrigo… Elas clamam justiça, liberdade, saudade, amigo. São feias, verdadeiras e agridem nossos olhos coloridos. É a imagem da sociedade capitalista, o nosso maior emblema, nosso dilema, nosso problema democrático.

É… mas sempre damos um jeitinho para tudo. Pintamos pontes, passarelas, renovamos o asfalto. Plantamos um jardim, uma árvore, um parque, um lago. Limpamos a cara da cidade, as paredes, os pontos de ônibus… – O Brasil é nosso, é seu, é desigual, é de todos.

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